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Dia do Patrimônio Histórico. Novo Hamburgo deve comemorar?

  • Foto do escritor: Jornal Canudos
    Jornal Canudos
  • 27 de ago. de 2015
  • 3 min de leitura

O Dia do Patrimônio Histórico foi comemorado no dia 17 de agosto. O tema tem sido muito discutido nos últimos meses, principalmente depois que o bairro de Hamburgo Velho, junto com o acervo artístico de Ernesto Frederico Scheffel, foi tombado como Patrimônio Histórico Nacional. Entre boas notícias e debates, há também os que não veem motivos para comemorar e exigem ações mais enérgicas.


Motivos para comemorar

1 – Tombamento de Hamburgo Velho

A iniciativa de Ernesto Frederico Scheffel, ainda nos anos 70, e muitas outras pessoas, resultou no reconhecimento do Centro Histórico de Hamburgo Velho, berço da colonização alemã no País, como um patrimônio de todos os brasileiros.


2 – Reforma do Parcão

Dentro das conquistas do movimento iniciado por Scheffel está a compra da área do Parcão, no governo do prefeito Paulo Ritzel, e que em breve deverá passar por uma grande revitalização. A obra foi assinada esta semana pelo prefeito Luis Lauermann.


3 – Iniciativa privada

A restauração de imóveis antigos exige muitas vezes custos altos. Um exemplo de investimento privado e que resultou em melhoria para toda a comunidade é a do produtor cultural Rafael Roos, que restaurou a Casa Kayser, segunda mais antiga do Município, e transformou em um pub.


4 – Valorização da cultura

Patrimônio histórico expressa a cultura, identidade e memória de um povo. E Novo Hamburgo tem agora assegurado que a sua história será lembrada como um importante marco da construção da sociedade atual.


Motivos para não comemorar


1 – Inventário histórico


Desde 2009, ainda no governo Tarcísio Zimmermann, Novo Hamburgo não tem mais em seu plano diretor o inventário histórico, o que permitia que qualquer casa em Novo Hamburgo, independente do seu valor histórico, fosse derrubada.


2 – Superfaturamento

O caso mais chocante dos últimos tempos foi a reforma do Lar da Menina, em Hamburgo Velho. Segundo o procurador da república, Carlos Tres, a diretora de Compras e Licitações da Prefeitura, Carla Bertinatto, confessou o superfaturamento da obra. Com isso, Novo Hamburgo perdeu R$ 2,2 milhões do Governo Federal e a obra está parada.


3 – Descaso

A facilidade com que se conseguiu derrubar casas históricas em Hamburgo Velho é surpreendente. Desde 2009 foram quase 50. Um exemplo é a Casa Koch, que, com autorização da Prefeitura, foi derrubada, mesmo estando em estudo para ser tombada como Patrimônio Histórico Nacional.


4 – Abandono

O abandono de muitos prédios históricos é visível. Um exemplo é a Casa Engel-Grümm, em Hamburgo Velho. O grupo Consciência Consciência Coletiva conseguiu na Justiça que a Prefeitura realizasse o escoramento e o projeto de restauro, porém, a decisão ainda não foi cumprida.


5 – Obras

Por estarem em lugar considerado nobre, os espaços históricos são muito visados por construtoras. Um caso recente foi a derrubada da cobertura vegetal que fazia uma espécie de pórtico de entrada do Centro Histórico de Hamburgo Velho, durante o feriado de Carnaval deste ano. A derrubada de árvores teve autorização da Prefeitura.


Sobre o Dia do Patrimônio Histórico


O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é o órgão que protege e preserva os bens culturais do Brasil. Criado pela Lei nº 378, de 1937, no governo Getúlio Vargas, o instituto é vinculado ao Ministério da Cultura.


A data é uma homenagem ao historiador e jornalista Rodrigo Mello Franco de Andrade, nascido em Belo Horizonte em 17 de agosto. Andrade comandou o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan, atual Iphan), desde sua fundação em 1937 até o ano de 1967.


O tombamento de Hamburgo Velho como Patrimônio Histórico aconteceu em maio de 2015, e protege cerca de 70 edificações, além do Parcão e das mais de 400 obras de Ernesto Frederico Scheffel disposta na Fundação Scheffel.


 
 
 

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