Convivendo com lixo, ratos e fumaça
- Jornal Canudos
- 11 de ago. de 2015
- 2 min de leitura
Terreno em Canudos virou lixão a céu aberto

Conviver com o lixo virou rotina para os moradores da região da Escola Municipal João Brizola, em Canudos. Na Rua Juarez, um terreno baldio há anos vem sendo usado como depósito de todo o tipo de lixo, desde o residencial até restos de construção, sobras de couro e madeira. Porém, segundo os moradores, desde janeiro a situação vem piorando gradativamente.
Além do grande acumulo de resíduos, as pessoas que despejam o lixo no local de forma irregular também começaram a atear fogo diariamente no local. O resultado: vizinhos passando mal, aulas canceladas e reclamação dos alunos da João Brizola, já que o lixão fica a poucos metros dos fundos da escola. Além da fumaça, a infestação de ratos preocupa quem mora por perto.
Na segunda-feira, dia 3, mais uma vez a fumaça impediu os alunos de realizarem aulas de educação física. Os vizinhos, como Mauro, que mora no local há 30 anos, reclamam que não há a mínima consciência. “Sempre foi um depósito de lixo, mas agora estão tocando fogo quase todo dia. Meu filho de sete anos tem asma e passa mal toda vez. Na segunda-feira, a fumaça se espalhou por várias quadras, por causa do vento”, lamentou o vizinho do terreno.
Os flagrantes no local são diversos. Desde carroceiros, que levam restos de construção e de poda, até carros de luxo que despejam resto de couro. Há casos em que os veículos chegam com reboques cheios de lixo e despejam por ali. Os vizinhos contam ainda que, as vezes, de tanto lixo, a via fica bloqueada para o trânsito.
Projeto de sustentabilidade
Depois de conviver diariamente com o lixo, as professoras da Escola João Brizola decidiram realizar um projeto sobre sustentabilidade com os alunos dos quartos anos. O terreno virou motivo de estudo e exemplo do que não deve ser feito. “Estamos trabalhando a educação ambiental, inclusive já visitamos o terreno com as turmas”, explica a coordenadora pedagógica, Rosana Dorneles. “Infelizmente não adianta educarmos as crianças se a comunidade não ajuda”, complementa a professora.
Uma das professoras relata ainda que, ao realizar uma visita ao local com sua turma, flagrou um carro despejando lixo irregularmente no local, e acabou sendo intimidade pelo infrator por estar fotografando. A mesma professora explica que já levou o tema ao secretário de Meio Ambiente. “Pedimos para ele resolvesse o problema, pois o local é caminho para a escola. A resposta que tivemos do secretário é de que ele sabe saberia como agir e que cada um cuidasse da sua função”, lamentou.
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