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Tudo sobre o Parque Municipal Henrique Luís Roessler, o Parcão

  • Foto do escritor: Jornal Canudos
    Jornal Canudos
  • 4 de ago. de 2015
  • 5 min de leitura

Durante toda a séria “Se essa praça fosse minha” o Jornal Canudos mostrou a realidade de inúmeros espaços de lazer dos hamburguenses. Teve a Praça do Foguete, que no fim das contas não é praça, e sim um canteiro central, o Parque do Trabalhador, e a Praça Centenário. Teve praça que enchem os olhos dos seus visitantes, como a Praça da Juventude, no Santo Afonso, e também teve praça que é motivo de tristeza para quem passa por lá, como a Pedro Alles, a popular Dimello. E para finalizar essa série, escolhemos o espaço que chega a receber 800 pessoas por dia num fim de semana ensolarado: o Parque Municipal Henrique Luís Roessler, o Parcão.


História

A área de terra que hoje é o maior espaço de lazer dentro da área urbana precisou de muita luta para ser conquistada. Aos fundos do Museu Schmitt-Presser, entre os bairros Hamburgo Velho, Canudos e Jardim Mauá, o local era remanescente dos lotes divididos em 1825, logo após o início da colonização alemã na região.


Em 1985, tendo a frente o artista Ernesto Frederico Scheffel, já se pensava na manutenção das características históricas da cidade, principalmente de Hamburgo Velho, marco da fundação do Município. Após muita luta, passeatas e manifestações, em 19/02/90, o prefeito Paulo Ritzel efetiva a compra da área por NCr$ 40.000.000,00 (quarenta milhões de cruzeiros novos), representando a concretização de uma das ideias mais almejadas pelos hamburguenses.

Simbolicamente batizado com o nome de um dos precursores do movimento ecológico no Brasil, Henrique Roessler, o “Parcão”, como é conhecido, já vem cumprindo com uma função importante, aumento para quase 3m² a área verde por habitante, contribuindo, desse modo, para melhor qualidade da vida da população.


Quem foi Roessler?

Henrique Luís Roessler foi um dos precursores do ambientalismo no Brasil. Nasceu em 1986 e era funcionário público em São Leopoldo. Foi delegado florestal regional e também atuou no Ministério da Agricultura, voluntariamente, enfrentando caçadores, desmatadores e empresas poluidoras do Rio dos Sinos.


Ainda como Delegado Florestal, Roessler confeccionava panfletos para conscientizar a população a respeito da caça predatória, pesca com dinamite, morte de peixes devido à irrigação das lavouras, dos estilingue para matar passarinhos, etc.


No final de 1954 foi destituído do cargo, com a alegação que serviços não-remunerados não eram permitidos no estatuto do servidor público. Logo em seguida, em 1º de janeiro de 1955, fundou a União Protetora da Natureza, a primeira em seu gênero no Brasil. Em 1957, a instituição já contava com 280 sócios. Faleceu em 1963, porém, deixou um legado na área da preservação ambiental. Em 1983 suas crônicas foram reunidas e deram origem ao livro “O Rio Grande do Sul e a Ecologia – Crônicas escolhidas de um naturalista contemporâneo”.


O que tem por lá?

Com 51,3 hectares, o Parcão é a maior área verde dentro da zona urbana de Novo Hamburgo. Foi criado em 19 de fevereiro de 1990, após a desapropriação de uma área da Paquetá onde seria construído um loteamento. Além de ser um amplo espaço de lazer, com campo e futebol, vôlei e uma pracinha com inúmeros brinquedos, o local é a sede da diretoria de preservação ambiental, e tem como principal objetivo preservar os recursos naturais, oportunizara realização de pesquisa científica, desenvolver programas de educação ambiental e proporcional um maior contato da comunidade com a natureza.


Ambientes

No Parcão é possível ver de perto diversos cursos d’água, pequenos açudes, mata nativa além de diversas espécies de animais. Em um dos açudes a diversão das crianças fica por conta das tartarugas. Estima-se que haja 80 delas no local. Também há diversos tipos de aves, como a Garça-Branca-Pequena, Coruja-do-Campo e Gavião-Chimango. Há também preás, Graxains do Campo, tatus e gambás, lagartos, sapos e rãs, entre muitos outros animais.


Mas se engana quem pensa que é só a grande quantidade de animais que encanta os visitantes. Durante as trilhas guiadas é possível conhecer a infinidade de espécies vegetais da região, formada principalmente por árvores típicas como o Maricá, Chá-de-Bugre, Ipê Roxo e Amarelo, Pata de Vaca, entre outras.


Educação ambiental

No espaço que abriga a Diretoria de Proteção Ambiental também há uma sala de educação ambiental onde diversas escolas são convidadas a conhecer sobre a fauna e a flora local. Há uma pequena biblioteca disponível sobre o tema e também. Mas o que mais chama atenção da criançada são os diversos animais empalhados, cascos de tatu e tartaruga, insetos e cobras, que permitem aos pequenos conhecer muitos dos animais que nunca viram.


Além da sala de educação ambiental, o Parcão conta com uma unidade móvel. Um ônibus percorre as diversas escolas do Município falando sobre a importância da preservação ambiental e que também distribui mudas de árvores na comunidade.


Resgate de animais

Uma das ações realizadas pela equipe do Parcão é a fiscalização de maus-tratos e acolhimento de animais de grande porte. Atualmente, por exemplo, a diretoria tem quatro cavalos recolhidos nas ruas de Novo Hamburgo. Segundo o diretor de Proteção Ambiental, Volnei Campagnoni, as denúncias podem ser feitas ao Parcão pelo fone (51) 3097.1990. Os fiscais vão até o local na hora e, se constatado os maus-tratos, o animal é recolhido. Além dos fiscais, a diretoria conta com assistência veterinária.


Equipe

A diretoria coordenada por Volnei possui também um engenheiro agrônomo, engenheiro químico, biólogo, fiscais ambientais, professores de educação ambiental e os veterinários. A equipe desenvolve projetos no local e nas escolas da cidade.

Alguns dos projetos desenvolvidos são na área de reutilização de materiais. Um deles é a reutilização de restos de podas, que está sendo transformado em vasos de flores que serão distribuídos pela cidade. Outro é um experimento que vem sendo realizado: transformar peças descartadas dos postes de luz da cidade em pequenas hortas.


Altos e baixos

Como todo espaço de lazer da cidade, o Parcão também tem pontos altos e baixos. Apesar da grande pracinha, com muitos brinquedos, por exemplo, eles já estão muito desgastados pela ação do tempo. A trilha principal, que antigamente contava com 10 paradas com aparelhos de exercícios, está depredada e muitos dos equipamentos não podem mais ser usados. A própria trilha sofreu com as chuvas dos últimos dias e deverá passar por conserto nos próximos dias.


Para a professora Janaína Backes, da Escola Municipal Machado de Assis, o espaço é ótimo para as crianças. “Costumamos vir bastante aqui. Na nossa escola, aqui todo ano o Passeio de Mobilidade Sustentável, que permite aos alunos um maior contato com a natureza. O espaço é muito legal, há sempre um guarda aqui zelando por todos. O único problema é que os brinquedos precisam de revitalização, pois já são velhos”, opina.


Revitalização

Em março a Prefeitura lançou um edital para selecionar a empresa que realizará as obras de revitalização do Parque Henrique Roessler. Serão investidos R$ 4,6 milhões de reais na criação de pistas de caminhada, ciclovia, novos acessos, praça de brinquedos, equipamentos de ginástica, trilhas, jardins, anfiteatro ao ar livre, banheiros, vestiários, lancherias e quadras esportivas.


O lançamento do edital, porém, foi contestado pelos vereadores, que encontraram supostas irregularidades. Entre os itens destacados, estava, por exemplo, a nominação de marcas de produtos a serem usados nas obras, o que, segundo os vereadores, é proibido pela Lei das Licitações.

 
 
 

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