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Patrícia Beck: Vamos ser solidários!

  • Foto do escritor: Jornal Canudos
    Jornal Canudos
  • 27 de jul. de 2015
  • 3 min de leitura

Olá queridos leitores! Estamos vivendo mais uma vez em nossa cidade uma situação muito difícil em função das cheias do Rio do Sinos. Aproximadamente 400 pessoas estão fora de suas residências, uma situação desesperadora vista de perto como eu vi.

Somos um povo muito solidário, pois logo que saiu a triste notícia, muitas pessoas já começaram a mobilizar nas redes sociais o pedido de ajuda, a quem nesta hora está com apenas a roupa do corpo. Então porque o nosso papo de hoje fala: vamos ser solidários?

Eu respondo: porque a solidariedade não basta apenas nestes momentos, ou doando o que nos sobra, precisamos ser solidários sempre! Fui buscar a definição de ser solidário, para melhor entender e aqui escrever, e olha que interessante o que encontrei. O dicionário define solidariedade como o sentido moral que vincula o indivíduo à vida e aos interesses de uma pessoa, de um grupo, de uma nação ou da

humanidade. Apoio à causa ou princípio de outrem.

Partindo deste princípio, percebemos que costumamos praticar a solidariedade somente quando somos tocados intimamente em nossos sentimentos; e nos condoemos por nos colocarmos no lugar do outro e nos identificarmos com o seu sofrimento. É comum, então, nos sentirmos cheios de dó, infelizes, baqueados e muitas vezes até culpados, como se fossemos responsáveis pelo mundo inteiro. Tudo isso porque entendemos erroneamente o sentido da solidariedade e nos entregamos a uma emoção derrotista e destrutiva, que somente cria vítimas e paralisa, no lugar de motivar. E o pior: ao sintonizarmos com a energia do sofrimento alheio, a absorvemos e disparamos gatilhos emocionais pessoais que fazem aflorar do próprio inconsciente, situações antigas mal resolvidas. Então, ao invés de um ser infeliz, serão dois, sem resolver nada, estagnados na lama da autopiedade e do vitimismo.

Ser solidário não é absorver o sofrimento do outro para si próprio, mas sim entender, apoiar, esclarecer, ajudar. É forma lúcida de se fazer alguma coisa que dê resultados, e bons resultados. Não é ser frio, calculista ou indiferente, mas sim saber acolher, com compreensão, compaixão e funcionalidade. Espalhar alegria, motivação, felicidade, destemor e segurança na tragédia é ser mais solidário ainda, pois corta e elimina a vibração de dor, medo e impotência, religa-a à vibração de força, coragem, destemor, realização e auto confiança. Melhora a autoestima de cada um e, assim, pela sintonia energética, de toda uma tragédia.

É preciso saber perceber e distinguir isto tudo; é preciso ação, arregaçar as mangas, por mãos à obra, fortalecidos pelo apoio solidário de outros, que chega sempre. Não somente esperar que o outro o faça, na ilusão do "coitadismo", mas usar a solidariedade recebida para fortalecer-se e recomeçar.

Mas, o melhor de tudo é sabermos que não precisamos esperar chegar as tragédias ou buscar situações dolorosas para sermos solidários; podemos praticar solidariedade diariamente, nas mínimas coisas. Abrir uma porta para alguém passar, cumprimentar alegremente, oferecer-se para carregar um pacote, ceder o assento no ônibus, dar passagem no trânsito, agradecer uma gentileza ou favor, por menores que sejam, são pequenos gestos de solidariedade (e diria mais: de educação!!!) que, praticados continuamente produzem boas sensações e sentimentos; são sementes que, levadas pelo vento da compaixão produzirão bons frutos para a sociedade de uma forma geral. Como é fácil e bom ser solidário! Como é simples! Vamos rever nossos conceitos sobre solidariedade e praticá-la com modéstia, sem exigirmo-nos grandes feitos, mas no nosso dia a dia, nas pequenas coisas. Não esqueçamos de que o oceano é formado de uma quantidade infinita de gotas...

 
 
 

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