Entenda a situação do Hospital Municipal
- Jornal Canudos
- 23 de jun. de 2015
- 3 min de leitura

A semana foi intensa para a área da Saúde em Novo Hamburgo. No domingo, dia 14, foi divulgada nota da Prefeitura afirmando que a UTI Neonatal havia excedido a sua capacidade máxima, e que estaria impossibilitado de receber gestantes de alto risco.
Porém, vereadores foram informados por fontes do Hospital de que o motivo não era esse, e sim uma provável contaminação viral no local.
Na segunda-feira, dia 15, Jorge Tatsch (PPS), relator da Comissão, e Patrícia Beck (PTB), presidente, foram ao Hospital Municipal para confirmar a informação. Lá conversaram com a presidente da Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo, Simone Zucolotto, e com o responsável técnico hospitalar, Dr. José Fernando Pires. Segundo os vereadores, ambos confirmaram que 13 dos 20 leitos estariam ocupados, mas que foi uma opção da Fundação não divulgar o vírus na UTI. Porém, a direção da Fundação explicou que a informação foi mal-compreendida pelos vereadores da Comissão, e que havia, sim, superlotação.
A divulgação da informação sobre o vírus veio na terça-feira, dia 16, quando a secretária de Saúde, Suzana Ambros, veio a público esclarecer a informação de que o motivo do fechamento da UTI não seria a superlotação, mas sim a presença de um vírus sincicial respiratório. Ela confirmou a contaminação, mas explicou que a UTI encontrava-se com lotação máxima, e por isso as mães com gravidez de alto risco deveriam procurar os locais de saúde de sua cidade, já que Novo Hamburgo recebe muitos pacientes de toda a região.
Em entrevista a um veículo de comunicação, a secretária confirmou 4 casos do vírus sincicial. Um caso teve óbito na segunda-feira, dia. Outro se recuperou e recebeu alta. Dois ainda estavam contaminados, mas com melhoras graduais. Sobre o óbito, Suzana afirmou que era um bebê de 28 semanas e com 700 g, e que todo bebê pré-maturo pode falecer. Porém, em informação obtida pelo Jornal Canudos, o peso da criança era 1, 600 kg, e que aguardava chegar aos 2 kg para receber alta quando foi contaminada. A assessoria de imprensa da Prefeitura explicou que os 700 g a que se referia a secretária seria o peso de nascimento, e confirmou que o bebê, nascido no dia 28 de abril, já havia ganhado mais peso.
Como aconteceu?
Segundo a Coordenadora de Vigilância Sanitária de Novo Hamburgo, Solange Shama, que participou da sessão na Câmara de Vereadores de quarta-feira, dia 17, uma mãe gripada amamentou o filho na UTI Neonatal, passando o vírus adiante.
Como está a UTI hoje?
Os dois casos com o vírus estão isolados. A direção reforça que as gestantes não devem procurar o Hospital por conta própria, e devem buscar orientação nas suas cidades de origem. O Hospital de Novo Hamburgo está dando prioridade para a Central de Leitos, conforme regulamentação do Estado. A ocupação total é de 15 dos 20 leitos.
Para onde estão sendo encaminhados os bebês que nascem hoje no Hospital com necessidade de UTI?
Todos os casos de nascimentos estão sendo atendidos com segurança no Hospital Municipal. Os casos de Alta Complexidade estão sendo cadastrados através das Centrais de Leito para transferências, conforme regulação do Estado. Os bebês de baixa complexidade estão sendo atendidos normalmente.
O Hospital está trabalhando para evitar a propagação do vírus?
Permanentemente, através do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e o empenho dos funcionários o trabalho é realizado, pois ressaltamos que a possibilidade de controle de qualquer tipo de contaminação é decorrente da prática e precauções adotadas pela equipe no dia a dia, como, por exemplo, a lavagem de mãos, evitar acesso de pessoas com gripe/virose, pois este tipo de vírus vem da comunidade.
O óbito do bebê da UTI será investigado?
Sim, todos os óbitos são investigados pelo Comitê de Mortalidade Infantil, conforme sistemática rotineira do Sistema de Saúde, acompanhados pelos Serviços de Vigilância.
É seguro ir ao Hospital Municipal?
Sim, com exceção das gestantes de risco, os pacientes podem procurar a unidade normalmente.
Os outros bebês internados estão protegidos? Sim, os dois casos ainda presentes na ala estão isolados.
Mesmo depois do conhecimento do vírus, mais bebês entraram. Por quê?
Segundo a coordenadora de Vigilância Sanitária, Solange Shama, a entrada de mais pacientes na UTI contaminada foi porque, nos dois casos, negar o acesso seria mais perigoso. “Não houve falha, houve avaliação de risco”.
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