Prof° Denardin: Juros do cartão chegam a 347,5% ao ano, e o do cheque especial a 226%
- Jornal Canudos
- 4 de jun. de 2015
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Juros do cartão chegam a 347,5% ao ano, e o do cheque especial a 226%
A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito subiu 1,7 pontos percentuais em abril e atingiu 347,5% ao ano. Já a taxa do cheque especial subiu 5,6 pontos e chegou a 226% ao ano. A taxa média de juros cobrada do consumidor subiu 1,7 pontos percentuais, passando de 54,4% ao ano em março para 56,1% ao ano em abril. Com isso, se mantém no maior valor desde em março de 2011. Essas taxas se referem aos recursos livres, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros. Não inclui, portanto, financiamento imobiliário, crédito rural e empréstimos do BNDES.
Para os financiamentos direcionados, os juros tiveram leva queda, de 0,1 pontos, para 8,4% ao ano. A tendência é que cresça ainda mais o endividamento das famílias que certamente não suportam essa taxa de juros extorsiva.
Sobem os juros para empresas
Para as empresas, o juro avançou de 26,5% para 26,6% ao ano em abril, considerando recursos livres. Com recursos direcionados, a taxa média atingiu 9% ao ano, aumento de 0,6 pontos percentuais no mês, com destaque para a alta de 0,8 pontos percentuais, nos financiamentos com recursos do BNDES para investimentos. Portanto, as empresas cada vez mais perdem poder de competição junto ao mercado que retraído força as empresas a produzir menos e demitir pessoas para ajustar os seus custos.
Aumenta ganho dos bancos com as famílias
O ganho médio dos bancos (o spread bancário, diferença entre os juros que os bancos pagam pelo dinheiro e o que eles cobram dos clientes) foi de 17 pontos percentuais no mês, com alta de 0,6 pontos em relação a março. A maior alta foi vista nas operações de crédito para as famílias, com alta de 0,9 pontos, para 24,3 pontos percentuais. No crédito para as empresas, o aumento foi de 0,3 pontos, para 9,3 pontos.
Contas em atraso praticamente estáveis
As contas com mais de 90 dias de atraso ficaram estáveis no mês para as famílias, em 3,7%. Entre as empresas, houve aumento de 0,2 pontos, para 2,3%. O saldo das operações de crédito no país chegou a R$ 3,061 trilhões, em abril, com crescimento de 0,1% no mês e 10,5% em 12 meses. No ano, a expansão ficou em 1,4%.
Governo espera PIB de 1% e salário mínimo de R$ 855 em 2016
O governo piorou a previsão de crescimento para 2016, reduzindo de 1,3% para 1% a previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo ano. Esta previsão deverá baixar ainda mais a medida que a recessão se intensificar que é a atual tendência.
O governo também elevou a previsão para R$ 855 o valor do salário mínimo a vigorar no próximo ano, ante o valor anterior de R$ 854. Com isso, a perda de poder aquisitivo das famílias será ainda maior.
A meta nominal de R$ 126,73 bilhões de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida) para 2016 também foi ajustada em proporção ao PIB para 2,02% frente à equivalência anterior de 2% do PIB. Ou seja, estamos pagando aos bancos cada vez mais pelo mesmo dinheiro que eles emprestam ao governo.
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